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Hidrogel presente em fraldas descartáveis é pesquisado para conservar a umidade do solo

Publicado: Sexta, 28 de Julho de 2017, 13h00 | Última atualização em Sexta, 08 de Setembro de 2017, 17h02 | Acessos: 832

 

Um projeto do Instituto Federal do Ceará (IFCE) tem como objeto de pesquisa o hidrogel, material presente em fraldas descartáveis. A experiência com esse composto químico – responsável por reter líquido e deixar os bebês secos – tem sido realizada não só em favor da agricultura e da qualidade do solo local, mas do próprio meio ambiente, já que as fraldas descartáveis, que levam mais de 450 anos para se biodegradar, geram grandes discussões quanto ao descarte correto e aos impactos na natureza.

OA extração do hidrogel é feita manualmente, antes das fraldas chegarem ao aterro sanitário (Foto: Arquivo pessoal) professor Antônio Olívio Britto Júnior, que coordena o projeto, explica como é feito todo o processo na prática. O hidrogel é extraído manualmente, antes da chegada do material ao aterro sanitário. “Fazemos tudo manualmente. Abrimos as fraldas, tiramos os plásticos e o hidrogel. Um dos nossos primeiros objetivos é evitar que essas fraldas cheguem ao aterro. O material absorve a água e a retém e, dessa forma, a planta leva mais tempo para absorver a água”, diz o professor.

No laboratório do campus de Maracanaú, sete alunos dos cursos de engenharia ambiental e química manuseiam as mudas de plantas e trabalham com o hidrogel. O grupo descobriu que ele pode ser reutilizado, retendo água e conservando a umidade da terra. A estudante Mayara Jéssica Cavalcante, de 23 anos, conta que a ideia surgiu durante uma feira escolar e que depois acabou sendo explorada nos laboratórios do instituto. Com o tempo, percebeu que a ideia seria mais útil se voltada para a agricultura, dadas as características da região.

“Como nós fazemos parte do laboratório, tentamos ampliar a ideia, tentando levar o projeto para a questão da arborização. Só que daí, pensando na questão do Ceará e dos recursos hídricos, modificamos um pouco o plano do projeto. Ele passou a ser voltado para a agricultura e para o semiárido”, explicou a estudante.

Outras descobertas foram surgindo ao longo do projeto. Os estudantes verificaram que não é qualquer fralda descartável que serve para esse objetivo e apenas o material com resíduos de urina pode ser reaproveitado. A explicação, de acordo com Mayara, é simples: evitar a contaminação do solo. Além do mais, a urina – por conter fertilizantes naturais – seria ideal para o cultivo do solo. Mas é necessário garantir que todos os componentes estejam livres de microrganismos capazes de causar doenças.

“A urina possui nutrientes para a correção no solo, como a amônia e o nitrogênio, e isso favorece o crescimento da cultura. Utilizamos os métodos de secagem para a eliminação dos microorganismos presentes naquele hidrogel, como coliforme, helmintos, salmonelas”, conta Mayara. “Nós utilizamos também uma tecnologia sustentável, que é o forno solar. É onde utilizamos os raios solares para secagem desse material. Porque como o projeto é voltado para a agricultura, o agricultor não vai ter um equipamento de laboratório assim como nós temos na instituição.”

Economia – Todo o processo traz economia para o agricultor da região, que tem reduzido os custos com irrigação e até mesmo com a compra de fertilizantes. “Uma redução de irrigação e de custos com a compra de fertilizantes, porque ele não vai precisar deles para a correção do solo”.  

A pesquisa com o reaproveitamento do hidrogel das fraldas descartáveis já foi premiada em Fortaleza, conquistando credenciamento para Expo Sciences International 2017, que acontece agora em agosto, no Ceará. Esse é um dos maiores eventos de ciências, que reúne jovens, educadores e especialistas científicos de todo o mundo para trocar ideias e comparar projetos científicos – e que nesta edição terá também a participação dos alunos do Instituto Federal do Ceará.

Assessoria de Comunicação Social 

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