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Palestras discutem o impacto social da programação

Publicado: Quarta, 05 de Outubro de 2016, 11h05 | Última atualização em Quinta, 06 de Outubro de 2016, 11h50 | Acessos: 613

Um dos destaques do primeiro dia de Conecta IF já inseriu os participantes no espírito do evento. Ao trazer a democratização da programação em informática como pauta, as palestras “Eu posso programar” e “Programar para transformar” compuseram as atividades da solenidade de abertura do evento. Ministradas pela diretora de Filantropia da Microsoft na América Latina, Jennifer Brooks, e pelo fundador da ONG Comitê de Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio, as palestras tinham em comum o incentivo dos jovens para a utilização da tecnologia em prol do desenvolvimento social. Após as falas, os alunos puderam fazer perguntas aos palestrantes sobre o tema.

A programação a seu alcance

Um episódio da vida de ninguém menos que o fundador da Microsoft, Bill Gates, foi lembrado por Jennifer para explicar a origem da proposta filantrópica da empresa. Ela contou que, ao ouvir de sua mãe que ele deveria devolver à sociedade o que havia recebido, o empresário criou o programa de responsabilidade social da Microsoft. “E, apesar desse programa já ser consolidado há muito tempo na empresa, foi a partir de 2012 que percebemos que nosso impacto poderia ser muito maior se investíssemos nossos esforços na juventude”, falou a palestrante sobre o nascimento do trabalho da empresa voltado a esse público.

editar 2Citando dados demográficos que apontam a juventude brasileira como a mais numerosa parcela da população, a palestrante definiu esse momento como uma oportunidade para os estudantes se qualificarem, já “que deles depende a economia do país”. Jennifer cita como parte importante dessa qualificação o aprendizado da linguagem de códigos. “Todos usam telefone e computador, mas poucos sabem como fazer funcionar esses recursos, então o aprendizado dessa linguagem permite aos usuários não apenas utilizar a tecnologia, mas também criá-la”, destacou.

A oferta de uma educação voltada a essa área desde os primeiros anos escolares é uma das bandeiras da Microsoft, segundo a palestrante. “Existem mais de sete bilhões de pessoas no mundo, mas grande parte delas não têm acesso à tecnologia”, comentou Jennifer, lembrando que a inserção dessas pessoas na atual conformação mundial, fortemente pautada pelas tecnologias digitais, dependerá de um verdadeiro acesso a esses recursos.

Desmistificando ideias arraigadas sobre o assunto, a palestrante falou que ainda é preciso quebrar certos estereótipos. “A programação era vista como algo para nerds ou exclusivamente para homens, mas, na verdade, ela pode ser feita por qualquer pessoa, já que a programação define apenas um processo lógico e de desenvolvimento do pensamento crítico”. A palestrante também ressaltou a importância da programação no desenvolvimento da criatividade: “nas ciências da computação, qualquer resposta é válida, pois a programação é uma criação sua”, disse ela, incentivando os estudantes.

Tecnologia para transformar vidas

Empreendedor social, Rodrigo Baggio emocionou o público com as histórias de transformação proporcionadas pela tecnologia. O fundador do CDI contou aos estudantes que, já na adolescência, descobriu que a tecnologia mudaria a sua vida. Ao chegar na graduação, no curso de Ciências Sociais, Rodrigo conta que criou uma bem-sucedida start-up, cujas realizações, no entanto, não lhe traziam satisfação pessoal. Quando decidiu mudar os rumos de sua vida, o empreendedor social comentou que a resposta para suas dúvidas veio de maneira inesperada. “Sonhei com jovens usando uma tecnologia que cabia na palma de suas mãos para conhecer a si mesmos e às suas comunidades. Eles usavam essa mesma tecnologia para mudar a sua realidade”, contou.

A partir desse sonho, Rodrigo comenta que fundou o primeiro projeto de reciclagem tecnológica da América Latina, a fim de possibilitar a jovens de baixa renda o acesso a computadores. Segundo ele, o projeto nasceu na favela carioca de Santa Marta com a proposta de criar uma escola voltada a formar jovens para serem os próximos educadores na sua comunidade. “Em menos de 24 horas, passei de louco a visionário”, brincou o palestrante, comentando que o sucesso do projeto, antes desacreditado pelas pessoas a quem o apresentava, rendeu diversas reportagens na imprensa e grande receptividade.editar 31

Com a visibilidade, mais de 70 pessoas apresentaram-se na sede da escola oferecendo-se para serem voluntários. “Aproveitamos esse número de interessados para abrir outras 10 escolas e criar o CDI”, falou Rodrigo, lembrando que, à época, ainda nem havia a expressão “inclusão digital” para definir o tipo de projeto realizado com esses jovens.

O projeto cresceu, tomou forma e hoje, de acordo com Rodrigo, mais de 1,6 milhão de pessoas de baixa renda já foram capacitadas em tecnologia para a resolução de problemas sociais, inclusive dentro de presídios. O palestrante conta que o CDI possui, atualmente, 564 escolas na América Latina e mais de 800 escolas na Europa. “O que nos traz a sensação de realização não são os prêmios recebidos pelo projeto, mas a nossa vivência diária percebendo a transformação na vida das pessoas pela tecnologia. Essa é nossa E-topia: nossa utopia eletrônica”, encerrou, sob aplausos, o empreendedor social.

Fonte: Comunicação oficial do Conecta IF 2016.

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