No interior da Paraíba, estudo da robótica prepara estudantes para um mercado promissor
No sertão da Paraíba, alunos do curso superior de automação industrial e do curso técnico em eletromecânica do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia campus Cajazeiras, desenvolvem pesquisas sobre automação robótica e inteligência artificial. De olho em competições nacionais e internacionais, eles se prepararam para um mercado promissor. Este é o tema do programa de hoje da série Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.
Criador do Grupo de Pesquisa em Controle, Automação e Robótica (GPCAR), o professor Raphaell Maciel é quem coordena esses trabalhos. A dinâmica consiste em construir uma cultura de aproximação com a robótica, aplicando o que há de mais avançado na ciência e buscando parcerias e reconhecimento internacional. É assim que a equipe, formada por alunos e professores dos dois cursos, vence obstáculos a partir da crença no potencial de cada um, sem distinções.
Os dois grupos de estudantes desenvolvem juntos essas atividades há quatro anos. A troca de experiência enriquece os diferentes níveis de aprendizado e valoriza a descoberta do talento para cada área, bem como o aprimoramento nos anos finais da formação. Atualmente, a equipe desenvolve um minicarro autônomo. A máquina é equipada com um sistema que, após o treinamento por meio de câmeras, consegue desviar de obstáculos e, sozinha, tomar decisões sobre rotas e sentidos.
“Esses alunos são estimulados a resolver problemas que às vezes não têm soluções a priori”, explica Raphaell. “Muitas vezes a gente planeja, programa, organiza e, quando chega a hora, alguma coisa dá errado e eles têm que desenvolver também um potencial de soluções de problemas não previstos”. O professor investe no estímulo à criatividade para enfrentar desafios.
Reconhedimento – A metodologia utilizada revela uma determinação de colocar os estudantes no patamar mundial na pesquisa e desenvolvimento da robótica. Ao garimpar novas técnicas, a equipe otimiza as perspectivas para atuar nessa área. “Para isso é preciso ter mão de obra qualificada”, lembra Raphaell, que avalia como ”tímida” a maneira como a robótica ainda caminha no Brasil. “Mas a gente, apesar de estar no interior da Paraíba, está investindo nisso e fazendo o possível para ter contato com essas tecnologias”, destaca.
A pesquisa com o veículo autônomo conta com reconhecimento internacional. Recentemente, uma marca líder em computação de inteligência artificial e gigante no comércio de placas de processamento de vídeo para computadores doou dois dispositivos de última geração para o processamento de informações do protótipo e o treinamento das chamadas redes neurais nos estudos da inteligência artificial. O equipamento, que compõe a Unidade de Processamento Gráfico (GPU), tem apresentado resultados surpreendentes.
“Para fazer o treinamento das redes neurais, você precisa ter um poder de computação razoável”, explica o professor. “A GPU acelera esse processo de treinamento. Em vez de esperar um dia rodando a simulação no computador, a gente espera uma hora na GPU. Aí, acaba acelerando o processo de desenvolvimento”.
O GPCAR também participa de eventos no Brasil e no exterior. Em 2015, a equipe ficou em segundo lugar na Mercury Robotic Challenge, evento da Universidade de Oklahoma (Estados Unidos) que tem por objetivo desafiar os competidores a construir um robô e fazê-lo cumprir tarefas. Foi uma boa oportunidade de estar entre pesquisadores das maiores instituições de ensino do mundo. Atualmente, a equipe está se preparando para a Olimpíada Brasileira de Robótica, que acontece de 6 a 9 de novembro, em João Pessoa. O grupo tem tudo para se destacar.
Assessoria de Comunicação Social
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